Sociedade Recreativa Matonense

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História

A ideia foi de dois professores

A ideia de fundar um clube para construção de uma piscina em Matão foi de dois professores: Celso de Barros Perches e Laert Tarallo Mendes. Isso foi em meados de agosto de 1960 e já no dia 25 de setembro de 1960, em meio aos anúncios da campanha presidencial de então, “A Comarca” publicava:

Construção da Piscina

O Cônego Nelson Antônio Romão cedeu as instalações da Congregação Mariana para uma reunião objetivando a fundação de uma entidade com a função precípua da construção da piscina, empreendimento muito almejado pelos esportistas de nossa cidade. Muito entusiasmo alicerça a impressão dominante de que o movimento está fadado ao sucesso. Foi nomeada a seguinte comissão para elaborar os estatutos da futura sociedade: Archangelo Franchetti (presidente), Laert José Tarallo Mendes, Armando Bambozzi, Ivan Costa, Ernesto Masselani, Celso de Barros Perches, Palamede Cavichioli, Waldir Martiniano de Oliveira, Bernardino Arroyo, Armando Theodorico Gomes e Romoaldo Bottura.

Primeira Diretoria

Assim, no dia sete de outubro de 1960 nascia, sob o nome de Sociedade Matonense de Natação, o clube idealizado por aquele punhado de jovens. E sua primeira diretoria ficou assim constituída:

Presidente: Ernesto Masselani
1º Vice Presidente: Celso Perches
2º Vice Presidente: Armando Bambozzi
1º Secretário: Ivan Costa
2º Secretário: Prof. Laert José Tarallo Mendes
1º Tesoureiro: Archangelo Franchetti
2º Tesoureiro: Adail Emiliano da Silva
Diretor Social: Prof. Paulo Marcondes Ciarlo
Diretor de Patrimônio: Palamede Cavichiolli
Diretor de EsportesProf.: Armando Theodorico Gomes

Conselho Deliberativo: Presidente – Dr. Lauro de Almeida; Secretário – Prof. Jarbas Miguel Tortorello. Membros: Dr. Manoel Octaviano Junqueira Filho, Waldir Martiniano de Oliveira, Bruno Bambozzi, Prof. José Heriberto de Castilho, Romoaldo Bottura, Prof. Mário Augusto Machado, João Baptista Mazuchelli, Dr. Leônidas Calígola Bastia, Dr. Sidney Berwert, Sérgio Luís Romagnolli Machado, Plínio Ballista, Geraldino Simão de Oliveira, Jorge Assad Abi Rached, Renê Biava, Bernardino Arroyo, Dr. Ernesto Bellini, Darcy Sola, Geraldo Monazzi, Olavo Luciano Bottura. 

Conselho Fiscal: Waldir M. de Oliveira e Plínio Ballista. Suplentes: Sérgio L. R. Machado, Romoaldo Bottura e Bruno Bambozzi.

Com a entidade oficialmente criada e a primeira diretoria constituída, os estatutos prontos e os primeiros 150 títulos vendidos ao preço de CR$120,00, a primeira providência foi comprar o terreno onde o clube está hoje. Pertencia a Anibal Ribeiro e foi adquirido por CR$600.000,00 (seiscentos mil cruzeiros) mais um título do futuro clube, pagos em prestações de cinquenta mil cruzeiros por mês, conforme lembra o prof. Celso Perches. Além da área atual, o terreno estendia-se para além do rio São Lourenço e tinha ao todo 43.000 metros quadrados.

Começaram as obras e a partir desse momento um homem se destacou nessa história, desdobrando-se em entusiasmo, trabalho duro, perseverante e criativo na edificação do sonho daquele pugilo de rapazes. Seu nome: Palamede Cavichiolli, que honrou como poucos os seus cargos, de primeiro Diretor de Patrimônio e logo depois presidente do clube.

Mudança no curso do rio

Justamente na altura do clube, o rio São Lourenço fazia uma curva a esquerda, invadindo o terreno e chegando bem perto de onde está hoje o salão social. Foi preciso mudar seu curso. A retificação foi feita pelos sócios em regime de mutirão e comandada por Palamede Cavichiolli, na base da pá e enxadão. Tempo de duração do serviço: dois meses. Para possibilitar o trabalho e depois inundar o lago que existiu perto do salão social até início dos anos 90, Palamede Cavichiolli construiu uma roda d’água.

Para cercar o terreno, toda tarde diretores e alguns associados saiam de seus serviços e iam para o clube fabricar mourões de concreto. A média era de cinco a seis por dia. Além de Palamede que como sempre capitaneava o serviço, os mais assíduos eram Celso Perches, Décimo Chiozzini e o Sr. Humberto Paiola, um dos primeiros funcionários do clube e seu primeiro zelador. Em 1961 foi construída a primeira portaria, na esquina da rua José Artimonte e Av. Padre Nelson, o primeiro salão social, que continua no mesmo local até hoje, mas era bem diferente, como se vê na foto acima.

Pastéis do Palamede

Como lembram os antigos diretores, era um barracão. Paredes de bambu e todo madeiramento de eucalipto. Pronto o salão o clube começava a funcionar como ponto de reunião aos domingos. Com a renda do bar que os próprios associados tocavam, a venda dos salgados e inesquecíveis pastéis do Palamede (ele mais uma vez), a diretoria ia amealhando a receita para investir na piscina. A área do outro lado do rio, que ainda não era usada, servia também como fonte de renda, sendo alugada para pasto. Mas logo nos primeiros anos essa área foi desapropriada pela Prefeitura.

O Concurso de Pesca

As atividades sociais da então Sociedade Matonense de Natação ganharam mais força mesmo a partir de 1963. O majestoso lago já era uma das grandes atrações. No dia três de novembro de 1963, foi realizado o “Primeiro Grande Concurso de Pesca”, que rendeu líquido a quantia de CR$15.350,00. “A Comarca” do dia nove daquele mês, em notícia, quase uma reportagem, assinada por Adail Emiliano da Silva, que era o tesoureiro do clube e, como se vê, foi o primeiro assessor de imprensa, registrou o evento. O texto, informativo, ágil, cheio de bom humor e exaltado, dá bem a ideia da harmonia e entusiasmo que unia aqueles homens como mostra trecho final:

“(…)Na classificação por tamanho, logrou o 1º lugar o Sr. Antônio Gorgatti com uma tilápia de 2,20m 1,900kg. (Nota do autor) Esta folha já estava circulando quando descobrimos um cochilo datilográfico, o qual apressamos em corrigi-lo: o peixe acima descrito media 22 centímetros e pesava 190 gramas e não 2,20 m e 1.900 como foi inserido. Desculpem-nos. O 2º e 3º lugares couberam aos Srs. João Panegossi e Serafim Baldan, que abiscoitaram duas tilápias de 20 centímetros cada a 1ª pesando 170 gramas e a 2ª 150 gramas, respectivamente. A magnificência do espetáculo foi demonstrada pelo espírito desportivo dos concorrentes, que aceitaram o “veredito” da balança e da contagem com esportividade.

Parabéns pescadores… Parabéns SOCIEDADE MATONENSE DE NATAÇÃO, por não ser mais um sonho, é REALIDADE, ninguém mais pode contestar.”

A construção da piscina, objeto do desejo de não só de uma alegre e bela juventude, mas de uma cidade inteira, começou efetivamente em 1962. A verba era curta e o buraco da piscina foi aberto no puro enxadão e pá, por dois irmãos contratados pela diretoria, Benedito e Luis. O velho Humberto Paiola, já morava na casa do zelador construída pelo clube, nas proximidades de onde hoje fica a bocha. Com uma carrocinha basculante, puxada por um burrinho, ele transportava a terra tirada do buraco e ia aterrando a parte mais baixa do terreno. Foi um trabalho de Hércules que durou 110 dias e teve um fim trágico. Terminado a empreitada, um dos dois trabalhadores resolveu comemorar com uma garrafa de Gin e acabou falecendo no dia seguinte, não se sabe em razão do que. Melhor sorte teve o burro, que foi aposentado e morreu de velho. Todo o projeto da piscina foi elaborado por uma firma de engenharia de São Paulo, indicada pelo Dr. Lívio Malzoni. O material mais pesado já estava comprado desde 1961: 8.000 quilos de ferro e cerca de 900 metros de azulejo. O terreno exigia muito cuidado e Celso Perches lembra que só no piso da piscina foram usadas 508 estacas de eucaliptos.

Ainda no final de 1963 o vice Celso Perches assume a presidência do clube. Palamede Cavichioli precisou afastar-se em virtude de uma grande obra que assumira na Fazenda Chimbó. O prédio onde hoje funcionam os vestiários, sala de ginástica e bar, já estavam respaldados. Logo as obras foram terminadas e o bar passou a ser usado definitivamente. No final de 1963 resolveram mudar o nome do clube porque a sigla de Sociedade Matonense de Natação (SOMANA) era muito esquisita. Dois nomes foram sugeridos: Matão tênis clube e Sociedade Recreativa Matonense, sobre o qual recaiu a escolha dos associados. Os filtros da piscina foram adquiridos em 1965 e ficaram expostos na foto Belfort.